O Spotify tem três tipos de playlists: editoriais (curadas por humanos), algorítmicas (geradas por máquina) e geradas por usuários (feitas por ouvintes). Cada uma opera de maneira diferente, e os artistas as acessam por meios distintos.
Playlists Editoriais
As playlists editoriais são selecionadas pela equipe interna de editores de música do Spotify. Exemplos incluem New Music Friday, RapCaviar, Today's Top Hits e playlists de gênero específico como Lorem, Pollen e Hot Country.
Como os artistas entram nelas:
- Submetendo através do
Spotify for Artistsantes do lançamento - Sem pagamento, sem garantia
- A equipe editorial decide com base na qualidade, adequação e estratégia
Características:
- Marcadas com o logotipo do Spotify
- Estética e filosofia de curadoria consistentes
- Atualizadas em cronogramas regulares (frequentemente semanais)
- Altas contagens de seguidores (milhões para playlists principais)
O que elas representam: A colocação editorial é uma validação. Um editor escolheu sua faixa entre milhares de envios. Isso tem peso com ouvintes, indústria e o algoritmo.
Playlists Algorítmicas
As playlists algorítmicas são geradas automaticamente pelo motor de recomendação do Spotify para cada ouvinte individual. Exemplos incluem Discover Weekly, Release Radar, Daily Mixes e mixes de gênero/humor.
Como os artistas entram nelas:
- Nenhum processo de submissão direta
- O algoritmo decide com base no comportamento do ouvinte e métricas de engajamento
- O envio pode influenciar o Release Radar (para seguidores)
- Forte engajamento em playlists editoriais pode acionar a captação algorítmica
Características:
- Personalizadas por ouvinte
- Atualizadas automaticamente (diariamente, semanalmente ou continuamente)
- Sem contagem de seguidores fixa (única para cada usuário)
- Impulsionadas por dados, não por gosto humano
O que elas representam: A colocação algorítmica significa que o motor de recomendação identificou uma adequação entre sua música e ouvintes específicos. É uma correspondência baseada em dados, não um endosso editorial.
Playlists Geradas por Usuários
As playlists geradas por usuários são criadas por ouvintes do Spotify. Elas variam de coleções pessoais a playlists selecionadas com um número significativo de seguidores.
Como os artistas entram nelas:
Realidade da Distribuição de Streams
Aqui está a visão contraintuitiva: as playlists editoriais provavelmente representam menos de 2% do total de streams do Spotify. A distribuição é aproximadamente a seguinte:
| Fonte | % Estimado de Streams |
|---|---|
| Playlists geradas por usuários | ~40-50% |
| Playlists algorítmicas | ~30-35% |
| Busca direta/biblioteca | ~15-20% |
| Playlists editoriais | ~1-2% |
As playlists editoriais chamam a atenção porque são prestigiosas e promovidas, mas as playlists algorítmicas e de usuários impulsionam o volume.
Por Que o Editorial Ainda Importa
Apesar da baixa porcentagem de streams, a colocação editorial é importante porque:
Gatilho algorítmico: Um forte desempenho no editorial pode desencadear recomendações algorítmicas que superam os próprios streams editoriais.
Sinal de credibilidade: "Apresentado no New Music Friday" é um ativo de marketing. Sinaliza qualidade para ouvintes, indústria e imprensa.
Catalisador de descoberta: O editorial expõe você a ouvintes que ainda não seguem você. As playlists algorítmicas geralmente reforçam as preferências existentes.
Geração de dados: A colocação editorial cria os dados de engajamento que alimentam os sistemas algorítmicos.
Como Pensar em Estratégia de Playlist
Para artistas no início de carreira: Concentre-se no algorítmico. Construa métricas de engajamento através de crescimento orgânico e promoção paga. Deixe o forte engajamento acionar recomendações algorítmicas.
Para artistas com catálogo: O editorial se torna mais acessível à medida que você constrói credibilidade e desenvolve habilidades de envio. Use colocações editoriais para acionar o derramamento algorítmico (spillover).

