GM Integra o Apple Music Nativo com Áudio Espacial em 2025

Por Trevor Loucks
Fundador e Desenvolvedor Principal, Dynamoi
A General Motors iniciou oficialmente sua mudança operacional de alto risco para retomar o painel do carro. A partir de 16 de dezembro, a montadora iniciou uma implementação over-the-air de um aplicativo nativo do Apple Music para sua frota de 2025 e 2026, incluindo o Cadillac VISTIQ e o Chevrolet Blazer EV.
Este é o primeiro grande movimento de software desde que a GM anunciou controversamente que eliminaria a projeção do Apple CarPlay e do Android Auto. Ao incorporar o aplicativo diretamente em sua plataforma de software Ultifi, a GM está desvinculando a receita de assinatura da Apple do controle da interface da Apple.
Para a indústria musical, isso é mais do que uma atualização de UI. Representa uma mudança significativa no acesso ao hardware, efetivamente bloqueando a reprodução de alta fidelidade em parcerias de software específicas.
Desbloqueando o hardware
Até agora, o áudio "espacial" nos carros tem sido frequentemente comprometido pelos gargalos de largura de banda do Bluetooth ou pelas limitações dos protocolos de projeção de telefone. A integração nativa da GM muda a física do ambiente de audição.
Como o aplicativo é executado diretamente no sistema operacional do veículo, ele pode acessar recursos de hardware que telefones conectados não conseguem acessar facilmente. A nova integração suporta Spatial Audio com Dolby Atmos, alavancando sistemas premium como o sistema AKG Studio Reference de 23 alto-falantes no Cadillac VISTIQ 2026 para oferecer som imersivo com qualidade de estúdio.
Por que é importante: Isso transforma o áudio imersivo de uma novidade de fone de ouvido para um padrão de hardware. Gravadoras que mixam para Atmos agora têm um ambiente de reprodução de alta fidelidade para o mercado de massa que expõe a qualidade da mixagem de forma muito mais implacável do que os fones de ouvido.
Uma jogada de dados de $25 bilhões
A estratégia da GM é explicitamente financeira. A montadora visa gerar de US$ 20 bilhões a US$ 25 bilhões em receita anual de software e assinaturas até 2030. Para fazer isso, eles precisam possuir a "app store" do carro.
Ao forçar os usuários a sair do CarPlay e entrar em aplicativos nativos rodando no Ultifi, a GM ganha visibilidade direta sobre os dados de consumo. Enquanto o CarPlay atua como um escudo de dados para a Apple, um ambiente de aplicativo nativo pode, eventualmente, permitir que a GM ofereça análises granulares sobre os comportamentos de audição no carro — uma notória "caixa preta" para profissionais de marketing musical.
Insight chave: A GM não está banindo os serviços da Apple; está banindo a intermediação da Apple. A Apple retém o assinante, mas a GM retém a experiência do usuário e o fluxo de dados.
Riscos de fragmentação do painel
Este lançamento sinaliza um futuro fragmentado para os provedores de serviços digitais (DSPs). Em um mundo CarPlay, uma compilação do iOS funcionava para todos os veículos. Na nova era "definida por software", os DSPs enfrentam um cenário mais complexo.
A ameaça ao Spotify: Embora o Apple Music esteja agora codificado nos níveis de acabamento premium do veículo com suporte a Spatial Audio, concorrentes como o Spotify podem ser relegados ao streaming Bluetooth inferior, a menos que negociem integrações nativas semelhantes. Isso cria uma experiência de audição de dois níveis onde o serviço parceiro tem um desempenho objetivamente melhor do que a opção de terceiros.
Reduzindo o atrito do consumidor
Para mitigar a reação negativa de remover o CarPlay, a GM está subsidiando os custos de conectividade. O lançamento inclui dados para streaming de áudio no plano OnStar Basics, que é gratuito por oito anos em novas compras de veículos.
O benefício: Isso elimina o atrito de emparelhar telefones ou pagar por hotspots de Wi-Fi separados no carro. Um serviço de música "sempre ativo" reduz o churn e aumenta as horas potenciais de audição.
O risco: A janela de oito anos se alinha com a propriedade inicial. A indústria deve observar se a GM eventualmente restringirá esses recursos atrás de assinaturas pagas para segundos proprietários, potencialmente deprimindo as taxas de usuários ativos em frotas mais antigas.
O que as gravadoras devem observar
Este desenvolvimento valida o carro como o próximo grande campo de batalha para a exclusividade de plataforma. Os profissionais da indústria devem se preparar para:
- Padrões de mixagem mais altos: Engenheiros de áudio devem verificar as mixagens Atmos em sistemas automotivos, não apenas em fones de ouvido.
- Campanhas específicas da plataforma: Equipes de marketing podem precisar segmentar motoristas com base no sistema operacional do veículo (Android Automotive vs. MB.OS).
- Fragmentação: Espere mais acordos de "jardim murado" onde recursos de hardware específicos (como áudio 3D) são exclusivos para DSPs parceiros.
Sobre o Editor

Trevor Loucks é o fundador e desenvolvedor principal da Dynamoi, onde ele se concentra na convergência entre estratégia de negócios musicais e tecnologia de publicidade. Ele se concentra em aplicar as mais recentes técnicas de ad-tech em campanhas de artistas e gravadoras para que elas componham o crescimento de royalties musicais a jusante.



